Por: Augusto Souza, Cintia Leão, Fabiane Ferreira, Ilana Moraes e Jaqueliny Barros
Arte Designer: Augusto Souzza
O jornalismo está em constante evolução para se adaptar às mudanças tecnológicas e às novas formas de consumo de informação. Uma dessas transformações é a convergência do jornalismo, um processo que integra diferentes plataformas e mídias, oferecendo ao público uma experiência mais completa e interativa. Isso significa que o jornalismo se reinventou ao longo dos anos com os avanços tecnológicos, e hoje é possível acompanhar as mais diversas notícias por meio de um portal como este, sem sair de casa, basta ter um tablet ou smartphone conectado à internet. A notícia que você leu no portal, pode ser reproduzida em plataformas de áudio como o Spotify no formato de podcast ou ser acompanhada no YouTube.
Se você ainda se sente confuso em relação à convergência, calma que vamos te explicar como esse processo está cada vez mais presente no nosso dia a dia. Digamos que queira acompanhar o jogo do seu time do coração, mas não se encontra em casa, o que fazer? A resposta é bem simples, você pode acompanhar o jogo através do rádio, YouTube, ou ainda das lives disponíveis nas redes sociais. Esse é um exemplo claro de como a convergência trouxe a possibilidade de unir todos os formatos de comunicação em um único espaço digital.
Essa transformação ocorre de várias maneiras. Em primeiro lugar, temos a convergência de mídias, na qual as redações jornalísticas incorporam diversos formatos, como texto, áudio, vídeo, imagens e infográficos, em suas reportagens. Isso permite que os jornalistas possam contar histórias de maneira mais rica e envolvente, utilizando diferentes recursos para transmitir informações de forma mais eficaz. Isso acaba se tornando uma maneira mais atrativa de chamar a atenção do leitor ou telespectador para acompanhar o conteúdo produzido.
Além disso, a convergência também se manifesta na integração das plataformas de distribuição. Antes, cada meio de comunicação tinha seu próprio canal de distribuição: jornais eram impressos, os rádios transmitiam programas e as emissoras de televisão transmitiam notícias e entretenimento. Agora, esses canais se sobrepõem e se fundem na internet. Os jornais possuem versões online, as rádios oferecem podcasts e as emissoras de televisão disponibilizam seus programas em streaming.
A convergência no jornalismo também envolve a interação entre os produtores de notícias e o público. Anteriormente, a comunicação era predominantemente unilateral, com os jornalistas transmitindo informações para os leitores, ouvintes ou telespectadores. No entanto, com as mídias sociais e os comentários em tempo real, os leitores se tornaram participantes ativos, capazes de compartilhar, comentar e até mesmo contribuir com conteúdo. Essa interação em tempo real permite um feedback imediato e uma maior conexão entre jornalistas e público.
A convergência no jornalismo não apenas alterou as práticas de produção e distribuição, mas também transformou os modelos de negócios tradicionais. Com a ascensão da publicidade online e a diminuição da receita proveniente de anúncios impressos, os veículos de comunicação precisaram se adaptar e encontrar novas fontes de financiamento. Assim, muitos adotaram modelos de assinatura, parcerias estratégicas ou até mesmo financiamento coletivo para garantir sua sustentabilidade.
No entanto, apesar de todos os benefícios e oportunidades trazidos por esse processo de convergência, acabam surgindo desafios como: a disseminação rápida de notícias falsas e a dificuldade em verificar informações. Além disso, a competição acirrada no ambiente digital pode levar a práticas sensacionalistas e à busca por cliques em detrimento da qualidade e da ética jornalística.
Sobre isso, conversamos com três profissionais da área e que atualmente ocupam uma posição de destaque no jornalismo local. O professor universitário Alan Milhomem explica como a convergência é vista através da perspectiva dos jornalistas e meios de comunicação.
Segundo ele, a convergência não é um fato isolado e, sim, a combinação de mídias, ou seja, um processo que envolve tecnologias, empresas, profissionais e conteúdos. Ele acredita que não tem como produzir um conteúdo e distribuir unicamente em uma mídia, essa produção deve ser pensada e distribuída em múltiplas plataformas, mas sempre obedecendo a linguagem específica desses meios. Hoje, o conteúdo, que antes era produzido para os meios tradicionais, agora deve acompanhar as novas mídias como: podcast, portal de notícias, redes sociais, streaming, entre outras.
Em suma, a convergência no jornalismo é um fenômeno que transformou a maneira como consumimos notícias. Ao integrar diferentes formatos, plataformas e interações com o público, essa tendência trouxe novas possibilidades, mas também desafios para o jornalismo atual. A chave para enfrentar esses desafios reside em um jornalismo responsável, baseado em fatos verificados e em uma relação de confiança com o público, a fim de garantir um fluxo contínuo de informações precisas e relevantes na era digital.
Agora, sob a perspectiva de alguém que vivenciou essa mudança de perto, temos a jornalista Fabiana Figueiredo, que tem quase onze anos de jornalismo no Amapá. “O jornalismo entrou na minha vida ainda na escola, era uma paixão pela redação, eu gostava da disciplina de redação. Então foi meio por isso que optei pelo jornalismo, eu tinha um outro curso em mente, mas desisti por ser fora do Estado e foi o período em que o jornalismo foi ofertado na Unifap”, contou Fabiana.
No ano de 2012 a jornalista ingressou na universidade e neste mesmo ano começou atuar na área. Ela iniciou em uma rádio local e, logo em seguida, foi aprovada em um processo seletivo para trabalhar no G1 Amapá. “Eu estava inserida numa época em que grande parte dos produtos produzidos eram disseminados principalmente na TV, rádio e jornal impresso e a mudança gradativa exigiu que nós profissionais da área estivéssemos atentos e buscássemos qualificação para os novos meios de comunicação que estavam surgindo”, relembrou a jornalista.
O apresentador de TV, que também atua na Rádio CBN, Luiz Salgado Neto diz que a convergência influencia a sua dinâmica de trabalho.
Segundo ele, podemos acompanhar esse processo por meio dos editores do portal G1 Amapá, em que eles participam do jornal do meio dia com chamadas ao vivo para destacar as notícias que estão sendo publicadas. Ele destaca ainda que, o próprio portal utiliza vídeos, imagens e redes sociais para disseminar o conteúdo produzido, mantendo assim os cidadãos amapaenses informados de maneira rápida e dinâmica.
Para Salgado, as características essenciais de uma redação convergente é a precisão na informação e a apuração dos fatos. Não deve haver informações diferentes de uma para outra.
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