Sueli Leitão e Marcelle Nunes falam dos desafios do trabalho na área de assessoria, além dos desafios éticos encontrados
Por: Ed Mendes, Luiz Felype, Mariana Ferreira e Rafaelli Marques
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A formação jornalística possibilita aos profissionais trabalharem em diversas áreas da comunicação, nas redações, no próprio negócio e na Comunicação Corporativa, como as assessorias de imprensa.
Pensando sobre a temática dos jornalistas que trabalham fora das redações, os acadêmicos do 7º semestre de Jornalismo da Universidade Federal do Amapá (Unifap), promoveram, na última quarta-feira (9), uma roda de conversa com as jornalistas Sueli Leitão e Marcelle Nunes.
Sueli Leitão é jornalista e publicitária formada pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Possui experiência em Jornalismo Impresso, Comunicação Organizacional e Gestão de Redes Sociais. Trabalhou no jornal O Liberal, na Comunicação da Prefeitura de Belém (PA), Banco da Amazônia e, atualmente, é assessora no Instituto Federal do Amapá (IFAP). Possui mais de 20 anos de atividades em Assessorias de Comunicação.
Leitão destacou, durante a roda de conversa, que, para o jornalista ser um bom assessor de Comunicação, é primordial descobrir qual é o interesse institucional da notícia e agir de tal maneira. “Além de informar, ele vai saber que tipo de informação é de interesse da instituição em que está trabalhando”, alerta.
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O assessor, segundo Sueli, deverá “adotar as melhores estratégias” para alcançar os objetivos de comunicação de determinada instituição. Isso inclui “adquirir novas competências e habilidades”, e ter uma “permanente atualização de conhecimento e qualificação profissional”. Trabalhar com assessoria de comunicação, portanto, é “ter o conhecimento das técnicas, das estratégias” e saber aplicar conforme as necessidades da entidade.
A publicitária afirmou que “tranquilidade não é muito a característica do trabalho jornalístico”. Entretanto, existe seriedade tanto no trabalho da imprensa quanto nas assessorias. Sueli enfatizou que a seriedade não pode ser empecilho para “buscar coisas novas” e ter motivação. “A gente precisa ficar permanentemente se aperfeiçoando para saber a melhor forma de trabalhar como jornalistas e como assessores”, lembra.
Marcelle Nunes é formada em Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo – pela Faculdade Estácio de Macapá. É especialista em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais pela Faculdade Estácio FAP e doutoranda em Ciências Empresariais e Sociais pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales. Entre as experiências profissionais, foi repórter no Jornal Extra Amapá e editora-chefe no jornal A Gazeta.
Foi assessora na Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) e do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (TJAP). Trabalha como analista pleno de Comunicação da Concessionária de Saneamento do Amapá (CSA), onde atua com jornalismo corporativo.
O jornalismo corporativo é voltado para a cobertura de fatos e informações internos de uma organização, empresa ou corporação. Segundo Marcelle, essa é uma nova possibilidade no Estado do Amapá.
“Esse mercado do corporativismo tem sido a nova frente de trabalho. É uma frente de trabalho real e possível para o Amapá, principalmente com a chegada da exploração do petróleo em Oiapoque e até com a própria abertura da CSA, local onde eu trabalho”, destaca a analista.
Nunes destacou os “dilemas da ética jornalística pessoal” que cada jornalista enfrenta, seja em assessorias, empresas ou redações. "Os dilemas pessoais de ética são difíceis, mas eles vão acontecer todos os dias, sejam pequenos ou grandes. Isso faz parte da nossa vida cotidiana, jornalisticamente falando”, diz.
Para o acadêmico de jornalismo, Angley Pantoja, a roda de conversa foi de aprendizado. "Foi muito importante, principalmente para nós acadêmicos de jornalismo porque precisamos saber como está o mercado de trabalho, sendo que vamos fazer parte disso e é bom a gente chegar já tendo uma visão”, afirma.
Jornalismo x Mercado de trabalho
Para aqueles que pretendem ou cursam Comunicação Social, é importante saber que o curso oferece diferentes áreas de atuação. Em uma redação jornalística, o estudante realiza estágios que, inicialmente, podem ser na produção de pautas, e, posteriormente, segue como redator, repórter, apresentador e editor-chefe, conforme dedicação e demanda do mercado.
Existem possibilidades fora das redações também, desde a boa e velha assessoria de comunicação, até as novas profissões, como o social media ou analista de redes sociais. Este último é responsável por gerir páginas, perfis e criar conteúdo, com foco em análise de mercado e desenvolvimento de estratégias. A principal missão deste profissional é gerar relacionamento e engajamento online entre o público e a empresa.
Uma análise feita pela plataforma LinkedIn, uma rede social de negócios profissionais, aponta que essa profissão apresentou um aumento de 74% nas contratações, no Brasil.
Nas rodas de conversas entre profissionais inseridos no mercado, é unânime dizer que o jornalista deve ser mil e uma utilidades, ou seja, saber de tudo um pouco sobre assessoria, jornalismo, redação e uso de programas de edição e editoração. Dessa forma, investir em conhecimento e estar habilitado para exercer várias funções é um diferencial.
Paralelamente, uma pesquisa publicada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em 2021, divulgou que as condições de trabalho têm se deteriorado nos últimos anos. Dados revelam que 66,2% dos jornalistas entrevistados se sentem estressados. Desses, 34,1% afirmaram que foram diagnosticados clinicamente com estresse.
Percorrer o caminho contrário às estatísticas de mercado e encontrar formas para diminuir o estresse são os desafios do jornalista atual. A comunicação sempre foi e será a resistência. Há quem aposte em novas áreas de atuação. Para a jornalista e blogueira Cinthya Peixe, o jornalismo ganhou novos rumos. Segundo ela, a internet tem um papel fundamental nessa mudança.
Cinthya, acompanhada de dois amigos, possuem um "instablogue", que oferece dicas de culinária. Seria a vertente no Novo Jornalismo influenciado pelas redes sociais.
Ela destaca que a essência do jornalismo é a criação de "produtos" e contação de histórias. E que sempre haverá espaço para bons profissionais.
Acompanhe o instablogue "O que comer Amapá" .
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